quinta-feira, 13 de junho de 2013

Vai... mas volta.

A vida, uma eterna conjugação de verbos.
Acordar, correr, trabalhar, comer, rir, dormir...
Dos verbos mais difíceis de conjugar, deixo o verbo “partir” lá no topo da lista.

Eu parto, tu partes, ele parte, nós partimos, vós partis, eles partem.
Quem dera fosse fácil como é simples no papel.

Não importa se ele está na primeira pessoa do singular ou na terceira do plural, ele sempre dói igual. Partir é deixar morrer uma presença, postergar um encontro. É pausar um relógio e apagar um lugar. Nada disso necessariamente definitivo, mas tudo isso igualmente pesaroso, ainda que momentaneamente.

Até mesmo quando a gente parte por vontade própria e em prol de sonhos finalmente realizados, a gente sempre deixa para trás um pedaço de si. A partida, para mim, é constituída 1/6 de ansiedade, 2/6 de saudade , 1/6 de medo ou coragem – ou os dois juntos, eles meio que se completam – e 2/6 de tristeza. As 6 partes não necessariamente pertencem a quem vai, podem constituir também quem fica.

Estou constantemente partindo, mas nunca, nunquinha, eu digo adeus.
Não porque eu não aprendi, menos ainda porque não quero, mas porque a gente nunca sabe quando volta. E se volta. Porque, provavelmente, de alguma forma, abstrata ou concreta, a gente sempre volta.

A vida, uma eterna conjugação de verbos.
Acordar, correr, trabalhar, comer, rir, dormir...
Dos verbos mais fáceis de conjugar, acho que o verbo “voltar” é o que eu mais gosto.

Imagem: arquivo pessoal

(Dona Oncinha)

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