segunda-feira, 4 de novembro de 2013

A bordo

Imagem: reprodução
Você chegou flutuante, me prometendo céus azuis; disse que me levaria às nuvens, me faria voar. “Embarca comigo?”. Eu não pensei duas vezes, logo segurei tua mão.

Te amar sempre foi fácil, nunca precisei de cinto de segurança. Eu nem mesmo preciso saber onde fica a saída de emergência – o que eu quero é ficar presa em você, sentir pra sempre os frios na barriga que teus beijos me causam.

E você sabia que toda vez que te vejo, sinto como se máscaras de oxigênio caíssem automaticamente sobre a minha cabeça? É sério, você me tira o ar, me desnorteia. Não há radar que preveja a turbulência que causa em minhas pernas, que bambeiam quando sabem que você está pra chegar.

Te amar parece um voo naqueles dias ensolarados, sem tempestades próximas, sem atrasos no portão de embarque. Um voo sem destino certo, mas com escala em todos os lugares mais felizes, coloridos e confortáveis.

E sabe a melhor parte, comandante? É saber que nunca, nunquinha terei que me despedir para você pilotar novos aviões. Esse nosso voo não tem previsão de acabar...

(Dona Oncinha)

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